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terça-feira, 24 de março de 2009

Benta Pereira



Heroína Campista


A discutida heroína campista nasceu em 1675, filha do Padre Domingos Pereira Cerveira e de sua mulher Isabel de Souza. Viúva de Pedro Manhães, jovem, com seis filhos menores, Benta Pereira enfrentou corajosamente a vida, cuidando, ela mesma, da administração dos seus bens, que eram muitos.

Benta Pereira de Souza. Heroína local. Uma senhora que viveu no início do século XVIII. Nasceu em 1675 e morreu aos 75 anos, em 10 de dezembro de 1760. Filha do Padre Domingos Pereira Cerveira com Isabel de Souza. Casou-se com Pedro Manhães e com ele teve seis filhos que criou sozinha depois de enviuvar. Era uma mulher de muitos bens e sozinha não só gerenciou a fortuna deixada pelo marido e como educou os filhos.

Aos 72 anos de idade, Benta Pereira montou num cavalo e armada liderou uma revolta contra o 3º Visconde de Asseca, Diogo Corrêa de Sá, donatário da capitania da Paraíba do Sul. Ela lutava não só pela liberdade de suas terras, cujas delimitações haviam sido infringidas pelos viscondes, como contra os pesados impostos requeridos pelo donatário. Criadora de gado bovino numa terra que se transformava em um grande canavial com a exploração do açúcar, Benta Pereira, ladeada por sua filha Mariana de Souza Barreto, lutou sem descanso até conseguir a expulsão dos Assecas da capitania. Lutou pelas terras que havia herdado de seus antepassados que por sua vez as receberam em 1627 das mãoo do governador Martim Correa de Sá em reconhecimento pelo corajoso desempenho destes homens nas lutas contra os guerreiros Goitacás.

Quase cem anos foi o período de lutas violentas entre os Asseca, cujo título havia sido criado pelo rei de Portugal para apaziguar lutas familiares na casa de Bragança e os herdeiros dos Sete Capitães (Miguel Aires Maldonado, Miguel da Silva Riscado, Antonio Pinto Pereira, João de Castilhos, Gonçalo Correa de Sá, Manuel Correa e Duarte Correa). As terras em questão, que estavam próximas da Lagoa Feia até a Ponta de São Tomé e que pertenceram originalmente a Pero de Góis da Silveira que acompanhara Martim Afonso de Souza em 1530, haviam sido dedicadas à criação de gado desde 1633 quando currais foram levantados.

É verdade que mais tarde os Viscondes de Asseca ainda conseguiram retomar as terras, sob ordem do então governador do Rio de Janeiro. Mas a festa durou pouco. Os colonos, herdeiros de terras e pessoas comuns já haviam sentido o gosto revolucionário, o gosto de uma independência ainda que tardia, sob o comando de Benta Pereira. E os Viscondes de Asseca, enfraquecidos, logo, logo perderam suas terras. Em 1752 a capitania da Paraíba do Sul foi incorporada à coroa portuguesa.

Muitos a consideram a Anita Garibaldi de Campos, outros a chamam de Joana D’arc, o mais importante é que Benta Pereira foi uma guerreira e não deve ser apagada pela história.

O seu corpo foi sepultado na Capela da Fazenda do Colégio, em Goitacazes distrito de Campos.

Fonte: Peregrina Cultural. http://peregrinacultural.wordpress.com

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