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quarta-feira, 8 de julho de 2009

Barão de Araruama


José Carneiro da Silva, primeiro barão de Araruama e visconde com grandeza de Araruama (Quissamã, 21 de maio de 1788 — Rio de Janeiro, 3 de maio de 1864), foi um fazendeiro, político e cientista diletante.

Era filho do capitão Manuel Carneiro da Silva e de Ana Francisca Velasco. Seu avô e seu pai foram capitães da aldeia dos índios em Quissamã e possuíram uma sesmaria que ia da lagoa Feia à lagoa da Ribeira. Nessa sesmaria, seu pai ergueu, entre 1777 e 1782, a casa da fazenda Mato de Pipa, onde nasceu José Carneiro da Silva.

Casou-se aos 16 de julho de 1823 com Francisca Antônia Ribeiro de Castro, nascida aos 24 de março de 1799, filha do capitão-mor Manuel Antônio Ribeiro de Castro, primeiro barão de Santa Rita, e de Ana Francisca Pinheiro.

Seu irmão, João Carneiro da Silva, foi o primeiro barão de Ururaí, além de comendador das imperiais Ordem da Rosa e da Ordem de Cristo com foro de fidalgo e cavaleiro.
 
Em 1826, construiu a casa da fazenda Quissamã e, posteriormente, a passou para o seu filho João Caetano Carneiro da Silva, futuro visconde de Quiçamã. Seus dez filhos e filhas deram-lhe tantos netos que ele construiu um sobrado anexo à casa da fazenda Quissamã para poder acomodá-los nas festas de fim-de-ano. Também construiu um colégio especialmente para poder educar seus muitos netos; o prédio é atualmente a sede da Prefeitura de Quissamã.

Serviu no regimento de milícias de Campos dos Goytacazes de 1811 a 1821, alcançando o posto de tenente-coronel. Participou com as milícias nas lutas de apoio ao Príncipe Regente D. Pedro (futuro imperador Pedro I) contra as tropas portuguesas estacionadas no Rio de Janeiro e depois pela Independência do Brasil em 1822.

A partir de 1819, dedicou-se a expandir caminhos comerciais pelo interior da província do Rio de Janeiro, então com forte desenvolvimento econômico devido à instalação da corte de Dom João VI no Brasil e à conseqüente abertura dos portos, em 1808. O comércio intensificou-se nessa época com o aumento da venda de alimentos produzidos no norte fluminense para a cidade do Rio de Janeiro, ao mesmo tempo em que esta região passava a consumir produtos industrializados importados.

Em 1844, foi eleito para o cargo de deputado na Assembléia Legislativa Provincial do Rio de Janeiro, como membro do Partido Conservador.

Quando o Partido Conservador dominou a política do Império, José Carneiro da Silva tornou-se muito influente na corte, pois era o líder político de uma das regiões mais prósperas do país. Recebeu, sucessivamente, vários títulos nobiliárquicos. Em 1841, tornou-se Fidalgo Cavaleiro da Casa Imperial. Em 5 de maio de 1844, um decreto imperial concedeu-lhe o título de barão de Araruama, o primeiro do nome. O título nobiliárquico faz referência à lagoa de Araruama, próxima à região onde vivia (em tupi significa terra de araras). Outro decreto imperial, de 15 de abril de 1847, concedeu-lhe o título de visconde com honras de grandeza de Araruama, o primeiro do nome. Também recebeu a comenda de Grande do Império e a imperial Ordem da Rosa.
Exerceu várias vezes os cargos de substituto de juiz municipal e de delegado de polícia na então freguesia de Quissamã onde residia. Por muitos anos foi também juiz de paz e eleitor na mesma freguesia.

Foi provedor da Santa Casa de Misericórdia de Campos dos Goytacazes e, junto com seu genro, João de Almeida Pereira Filho, ajudou o reerguimento da igreja matriz de São Salvador de Campos dos Goytacazes. Ajudava, também, outras instituições de caridade, como o Hospício Dom Pedro II e o Recolhimento dos Órfãos de Santa Teresa. Às suas expensas, construiu diversas estradas que então passou para o governo da província do Rio de Janeiro.

Fonte: Nobleza Brasileira de A à Z.

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